O Filme

          As pesquisas do diretor Edivaldo Moura sobre o Cine Argus iniciaram em 2012, junto com as gravações das primeiras entrevistas. A motivação por produzir um filme sobre o cinema de rua que marcou a história do município de Castanhal remete à infância do realizador. Sua paixão pelo cinema nasce com a primeira sessão assistida no Cine Argus, em 1991, aos 11 anos de idade. Dali em diante o Cine Argus passaria a fazer parte de suas tardes. Tratava-se de uma sessão dupla: A Volta dos Mortos Vivos II (Ken Wiederhorn) e As Aventuras do Barão de Munchausen (Terry Gilliam).

          Fazer um documentário sobre o Cine Argus representa uma homenagem a esse recinto de culto à arte cinematográfica, que marcou a formação cultural de gerações de castanhalenses de 1938 a 1995, dentre as quais a do próprio autor. Dado a multiplicidade de funções desempenhadas pelo Cine Argus, sua história está intrinsecamente relacionada à história de Castanhal. O resgate de suas memórias representa, portanto, ao resgate de parte significativa da história e da cultura desse município.


          Após dois anos de pesquisa (que foi interrompida em 2013 e retomada no ano seguinte), 15 pessoas foram entrevistadas, dentre frequentadores, funcionários do cinema e pessoas da família Carneiro, e uma versão preliminar de 15 minutos do filme foi produzida e apresentada à comunidade castanhalense no VI Festival de Curta-Metragens Curta Castanhal, em setembro de 2014, sendo a vencedora da categoria Melhor Documentário. Durante o processo de divulgação do filme nas redes sociais, houve grande repercussão na internet e novos dados de pesquisa surgiram. E o curta-metragem ganhou versão definitiva em 20 minutos e iniciou carreira em diversos festivais e mostras, sendo selecionado para o 26º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, 10ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, Festival de Cinema Documental e Etnográfico - CINANTROP (Portugal), III Festival Brasil de Cinema Internacional - RJ, I Festival Internacional de Cinema Independente - FESTICINI - SP, VIII Janela Internacional de Cinema do Recife, XIV Festival Internacional de Cinema de Arquivo - Recine, 
IV Festival de Cinema de Santo Ângelo - RS, V Festival Sergipe de Audiovisual, I Mostra de Cinema Curta Pará, III Festival Audiovisual de Belém, Festival de Cinema Universitário de Alagoas, 19º Festival Brasileiro de Cinema Universitário, II Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, Festival de Cinema Brasileira da Baixada Fluminense - VERCINE, 9º Curta Ourinhos - SP, VI Mostra de Cinema da Amazônia e VI Cine Creed - PE. Além da premiação no VI Festival Curta Castanhal, o filme também foi escolhido como Melhor Documentário de Curta-metragem no I FESTICINI, ganhou o Prêmio Espaço-Tempo no III FICCA e menção honrosa no III FAB.

          O projeto inicial sempre foi fazer um filme mais longo, que desse conta da complexidade da história do Cine Argus. Interessados na temática do curta-metragem provisório apresentado no Festival de Castanhal, Bruna Reis (servidora da UFPA e estudante de Direito) e Rafael Santos (professor da UFPA e historiador) se juntaram à pesquisa com Edivaldo Moura. O trio elaborou um projeto de extensão com vistas a prosseguir a pesquisa junto à comunidade castanhalense, tendo como resultado sua transformação em um documentário de longa-metragem. Em dezembro de 2014, o projeto venceu o IV Prêmio PROEX de Arte e Cultura da UFPA. Em 2015, as pesquisas sobre o Cine Argus foram retomadas.

Em 2016, outras pessoas se juntaram à equipe de produção para trabalhar no evento de lançamento do novo filme, com a proposta inovadora de exibi-lo na fachada do antigo Cine Argus, em plena Barão do Rio Branco.
           O documentário em longa-metragem sobre a história de Manoel Carneiro Pinto Filho (Seu Duca) e o Cine Argus, intitulado "O Cinema de Seu Duca", será lançada em outubro de 2016. 



Texto: Edivaldo Moura



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